Um irmão está jogado na rua.
Não adianta este cobertor que tenho,
não tem valia esse calor,
esse conforto.
Um irmão está jogado na rua,
na chuva, na lama, no charco...
O jornal que o cobria, não serve mais!
O simples cobertor, encharcado está!
O corpo do pobre irmão flutua:
Não, não está mais jogado na rua!
Calmamente, a água o leva,
leva, leva e o eleva
ao cume da existência.
Talvez não tenha Deus,
nem Fé, nem Rei
(sorte dele!).
Uma correnteza mais áspera
faz o corpo oscilar...
O corpo, no entanto, navega...
O destino: o mar
(refúgio de todos os viventes).
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