11.6.10

Relembrando um eterno mestre



Na década de 90, estudei na UFOP. Pouco tempo é verdade, mas o suficiente para conhecer o Dr. em Literatura Prof. Leopoldo Comitti, que agora homenageio abaixo:


Não entravas na sala de aula
sem o enorme copo de café
(hábito que logo adquiri,
por influência tua).
A pouca cabeleira,
o semblante sem sorrisos...

Como esquecer a aula
sobre João Cabral de Melo Neto?
Como esquecer "Ruínas Circulares",
quando me apresentaste a Borges?

Já há mais de uma década não o vejo,
ó mestre eterno, e mesmo assim,
não paras de criticar o que escrevo!

10.6.10


FALSA PULSAÇÃO

As palavras se amontoam,
Em cena surrealista.
Vocábulos bons,
Soam pessimamente horríveis.
O poeta sofre,
O entendimento padece!
A vontade de gritar,
De cantar a verdade,
De pensar irracionalmente...
O poeta geme,
A alma desfalece.
O poeta não quer a falsidade
Dessa vida tão preocupada no TER.
O SER do poeta se eleva,
Clama libertação...
SER! SER! SER! SER!
É o coração que pede.
SER! SER! SER!
É a alma que implora.
SER! SER!
É o poeta que insiste no sonho.
SER!
É a razão que isso não permite....!
É o mundo que impera!

6.6.10



Porque Era Ela, Porque Era Eu
Chico Buarque

"Eu não sabia explicar nós dois
Ela mais eu
Porque eu e ela
Não conhecia poemas
Nem muitas palavras belas
Mas ela foi me levando pela mão
Íamos todos os dois
Assim ao léo
Ríamos, choravamos sem razão
Hoje lembrando-me dela
Me vendo nos olhos dela
Sei que o que tinha de ser se deu
Porque era ela
Porque era eu".

ENIGMA


Esta árvore,
o tronco,
as folhas caídas...

O vegetal tem a sina
do poeta.

Folhas secas, mortas não!
Na relva, tudo se renova.
A morte gera vida
e os vermes riem
da desgraça da árvore.