Cantinho do poeta
um lugar onde se fala de cultura
15.12.10
Vendedor de Redes
Cabisbaixo, embaixo de uma árvore.
Chapéu na mão, sem pão, sem nada:
só há redes, redes várias.
Carense, piauiense, paraibano,
de onde virá esse homem do pano?
Que reflexões o desligaram da venda?
O vendedor de redes é a metáfora
do fazer poético.
(Re) Vivência
Na lembrança, o mel, a doce fantasia
ainda persiste, insiste em existir.
As palavras pareciam cernes,
construíram pontes,
conjugaram o nós,
ignoraram o eles,
subestimaram o mundo real.
Veio o tempo, resolvendo enigmas...
Raras ficaram as mensagens,
poucas foram as conversas.
Destituída, a paixão é ilusão.
Na lembrança, a dúvida, a dor,
a vontade de que tudo se recriasse...
Tristura
Gotas rolam,
rolam e ralam
a pele.
Se o choro lava a alma,
a lágrima limpa a pele,a face.
No chão, a lágrima
irriga vidas,
encerra ciclos,
abre caminhos.
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