15.1.24

BALADINHA

Voz vibrante, vivaz.

Beijo bacana demais.

Nos seus fios louros,

estão meus tesouros.


Na tez transpareces

a maciez que me emudece.

No abraço dado, apertado, 

faz-me teu refém, aprisionado.


Na partida, teu torto riso

atordoa-me, perco o siso.

Tens o dom de enganar,

Soubeste muito bem me enfeitiçar.


Luciano Byron 02/01/2016

METÁFORA

 Os olhos passeavam ávidos, 

buscavam um ponto de fixação...

Tateou cabelos, viu sedosidade,

aromas o prenderam (adocicados? acres?).

Continuou sua peregrinação...

Lábios observou: uns ressequidos

(partidos, feridos até!), 

outros umedecidos, brilhosos

(tubos transparentes, uma balinha

e alguns mililitros de algo

podem fazer excepcionalidades!).

Contemplou olhos: na reprodução ótica,

perdeu-se... Viu-se no azul,

mergulhou em âmagos,

navegou oceanos castanhos,

fixou-se, enfim, ao ver nos outros,

ao ver nos outros olhos

a reprodução do seu próprio olhar.


Luciano Byron

Maio/2016.