9.12.21

Unos cuantos piquetitos


 Mulher, estás morta!

Sim! Completamente morta!

Teu corpo exposto,

pintado de um vermelho-vivo,

vermelho-sangue:

Estás toda flagelada

pela ação dele.


Justo ele... 

Ele que te teve.

Ele que recebeu teus beijos,

que te aceitou os afagos, 

que te arrebatou os sonhos...


Justo ele...

Deveria proteger,

deveria salvar,

deveria amar...


Agora, ele sorri:

Viva alma a escarnecer

do teu corpo jogado, ensanguentado.


E tu, ó mulher, exposta a todos, 

mostrada a todos

como se isso fosse banal!


Ó, mulher! 

Tu não serás esquecida!

25.8.21

DESENCANTO

 Gritos.

Irritação.

Desprezo.


...


Raiva.

Decepção.

Falsidade.


...


D

E

S

E

N

C

A

N

T

O!


JULHO/2021



3.3.21

Lamento

 

Esse silêncio sentenciado, 

essa garganta impedida de si:

sentimento amoroso morto.


O vermelho já não é tão rubro,

o hálito se tornou trivial,

a boca dos beijos

é a mesma boca dos lamentos 


As mãos que acariciavam, 

e os braços que abraçavam

hoje sofrem passivos

diante do amor que se foi.


Na lembrança, vivas cenas do passado

são lâminas afiadas, cortantes:

O amor que se foi

é uma eterna dor que ficou.


Luciano Byron

dezembro/2005