30.12.10

Dissimulação


Ninguém vê,
mas o outrem muito incomoda.

Em meio a risos vários,
o poeta finge ser,
cria um ser
que a todos parece real.

Sem saber o que ser,
a ferida purejante
atrai só pessimismo.

Nessa vida-morte, então,
o poeta dissimula
a dissimulada verdade.

Poeta


Sem perspectivas, segue a vida
como quem - em grãos - se envenena.

Há dor, há dúvidas...

O poeta segue a sua sina
de ser na vida o ser-não ser.

28.12.10

Incursões


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15.12.10

Vendedor de Redes


Cabisbaixo, embaixo de uma árvore.
Chapéu na mão, sem pão, sem nada:
só há redes, redes várias.

Carense, piauiense, paraibano,
de onde virá esse homem do pano?
Que reflexões o desligaram da venda?

O vendedor de redes é a metáfora
do fazer poético.

(Re) Vivência


Na lembrança, o mel, a doce fantasia
ainda persiste, insiste em existir.

As palavras pareciam cernes,
construíram pontes,
conjugaram o nós,
ignoraram o eles,
subestimaram o mundo real.

Veio o tempo, resolvendo enigmas...

Raras ficaram as mensagens,
poucas foram as conversas.

Destituída, a paixão é ilusão.

Na lembrança, a dúvida, a dor,
a vontade de que tudo se recriasse...

Tristura


Gotas rolam,
rolam e ralam
a pele.

Se o choro lava a alma,
a lágrima limpa a pele,a face.

No chão, a lágrima
irriga vidas,
encerra ciclos,
abre caminhos.

11.12.10

Incursões linguísticas


Tento entender...

Tento. Entende?
Tento ente,
Tento etno,
Tento...

Tento...

Destinatário específico


Quem entende
as entrelinhas...
Ela: só ela
(gêmeos às avessas).

3.12.10

Citando Cartier


Os corpos se confundem,
fundem-se na imagem.
São dois, são um...

Há ausência de cores,
mas os arranjos florais,
grafados no lençol,
dão um tom romântico
ao enlace carnal.

O anonimato instiga
e o observador imagina
o que os olhos não veem.

Há desejo, mas sem excessos.
Há volúpia, necessária
(dada a ocasião).

Os corpos em sua dança
encantam a quem os vê.

19.11.10

ESCURIDÃO


No tropel de incertezas,em disparada,
o rancor, a dor, o sofrimento.

O açougue humano se abre:
carnes e moscas se fundem
na putrefação cromática.

Não há sangue, líquido rubro.
Há coágulos de um vermelho-negro,
êmbolos que se multiplicam.
Incontáveis, as bolas pretas coadunadas
povoam o poeta.

18.11.10

Morte


Não conheço a Morte,
mas ela está em mim,
está no meu trajeto,
está no meu peito,
está em meu pai,
esteve em meu avô.

Não conheço a Morte,
mas ela se aproxima
e me mostra a ampulheta,
ampulheta que me diz:
- "Chegará a tua hora!".

Não conheço a Morte,
mas ela me espreita,
delimita meus passos
e me espera ansiosa
(ainda que eu não queira
conhecê-la!).

13.11.10

(Des) Construção


O abraço que não tive,
o afeto que me faltou,
fizeram-me assim...

A dor que me assolou,
a maldição que me persegue,
deixaram-me assim...

O beijo que não ganhei,
o afago que não senti,
Transformaram-me assim...

O sorriso que não vi,
o bilhete que não recebi,
foram essenciais para que hoje
eu fosse, assim, tão sentimental!

10.11.10

(Des) Viver


O sol marca a pele,
pintas pretas
(parasitas do ocaso).

Na face, faz-se o tempo,
a deplorável cicatriz,
a carcaça humana.

O riso em lágrimas,
o choro em ampulhetas:
Negra imagem se aproxima.

Não mais foge, não mais!

No menos perpetua lembranças,
revira memórias e se atém,
atém-se à teia que o devora.

(Re) Descoberta


O fardo é a gênese poética:
No pescoço, a dor incomoda;
na mente, as lembranças badalam...

Vasculho mentiras,
analiso enunciados,
revisito momentos.

O beijo não existe.
Abraço fogoso?
Não o há!

Desnorteio-me, embalde...

Minha sina torta:
prenúncio de desilusão.

14/09/2010

9.11.10

Ruínas Circulares


A cena cinza, insensata.
Um homem desce o rio,
rema, repensa, retoma
a memória que (des)conhece.

O lugar a que vai,
é velho, é estranho,
é o Templo do Fogo,
é a casa da sabedoria.

"É preciso sonhar", dizia.

Deitado, esvaía-se,
abstraía-se: sonhava.
Virava, então, deus do homem:
gênese antropocêntrica.

Frustração, porém, logo se fez:
fora também produto
do sonho de outro deus-homem.

2.11.10

Mundos Paralelos


A casa é a mesma,
é o mesmo alpendre,
é a mesma cor amarelada das paredes,
é a mesma jabuticabeira,
é o mesmo curral
(ainda que abandonado).

No pensamento,
o ontem e o hoje se entrelaçam,
viram imagem duplicada.

Entre a casa de ontem
e a casa de hoje,
encontra-se o poeta.

Nesse nem lá, nem cá,
sofre, chora, rememora.

O poeta não quer o presente,
mas também não quer o pretérito.

Como fazer os dois mundos coexistirem?
Como ligar o não ao sim,
o abstrato ao concreto?

Não há respostas.
Há dois mundos que não se misturam,
que se fundem
(surrealmente).

Ler é preciso!


Há algum tempo, tenho-me indagado sobre o real valor da leitura dos clássicos (principalmente para alunos egressos do ensino médio). A resposta é simples: sem a leitura dos "mestres literários" não se chega à compreensão dos mecanismos complexos do idioma. Ler, então, Machado de Assis se torna essencial e imprescindível! Conhecer textos de Drummond, é uma das obrigações iniciais do indivíduo. A partir daí, o aluno conseguirá perceber como diferentes autores moldam e usam o idioma dentro de seus textos.

Agindo assim, ou seja, lendo os clássicos, o discente perceberá como funciona a tal "licença poética", tão bem quista por eles (que não raras vezes perguntam-me onde a podem tirar!). Há diferença entre "erro" e "licença poética". Afinal, quando Chico usa a linguagem coloquial em alguns de seus textos está aderindo à possibilidade de reprodução da língua oral (e musicalizada, no caso). Logo, escrever bem não implica necessariamente escrever CORRETAMENTE.

Assim, vai aqui um recado: quem quiser andar "por mares nunca dantes navegados", precisa ler muito e estar a par dos ditames do idioma.

NOTÍCIAS


A mensagem chega,
intentos se confirmam:
caiu o Muro de Berlim!

Rompem-se os limites,
fixam-se leves toques,
conjecturam-se possiblidades...

Resta, no entanto, o temor:
o temor de ter tanto
sem nada ter,
o temor de perder o concreto
na ânsia do abstrato.

29.10.10

Psicografia Barata


Essa dor, essa desgraçada má sorte
é o que herdei, que muitos herdaram
e que leva o poeta ao fundo,
ao fundo de si, ao isolamento de todos.

Pensamento


Pensamento: liberdade do poeta,
pombas em bando,
dos rios, as águas transbordando...

Esse chamar, esse amar,
esse mar, este ar,
este "r" (do infinitivo?!)...

Pensamento: plurimundo,
futuro passado,
presente enjoado.

10.10.10

Sensações


Palavras não vieram,
sons não foram emitidos...

A memória verde irriga
a esperança da volta.

Faltam beijos,
abraços já não os há!

Resta, então,
esperar ou (des) esperar...

1.9.10

Rara flor


Este sorriso...

O encantamento,
a inocência.

O corpo de mulher
confunde-se
com o rosto de menina.

Este sorriso dual:
luz e trevas
a quem outra sina
não conhece.

Este sorriso,
lótus rara,
menina Ceta.

20.8.10

INDECISÃO


Indecisão...
A dor humana reside na
I-N-D-E-C-I-S-Ã-O!

O pensamento insiste
em ver os dois caminhos.

O de cá é farto,
é de bons frutos,
é de boa safra.

O de lá é escasso,
falta celulose,
falta motivação.

O que fazer?
Se na vida há tantos nãos
porque não escolher um
e abdicar do outro?

Indecisão...
És minha suprema companheira
nesta dura missão de:
D-E-C-I-D-I-R.

14.8.10

Pavão Genérico


Hoje tive uma infeliz experiência. Distraidamente, respondi a alguém que postava alguns textos num blogue. Prontamente, o pífio ser disse: "Você faz isso? Eu não tenho paciência para isso!". O pior de tudo foi que tal elemento se diz professor de Língua Portuguesa. Como pode um indivíduo dizer que é professor e ignorar os gêneros textuais hoje tão em voga (vide o fato de que até as Bancas de alguns vestibulares aderiram a livros dos chamados autores blogueiros)?
A empáfia parece-lhe ter tapado os olhos. Um pavão sem beleza, artificial! É isso! Um dublê de professor.

6.8.10


DECISÕES


A notícia trouxe a necessidade
de tomar decisões.
Não quero fugir,
mas não quero ficar...


Decidir machuca:
amigos ficarão chateados,
colegas ficarão desamparados...
O poeta precisa prosseguir
e decidir,
e mudar,
e lutar,
e c-a-n-s-a-r.

O poeta não desiste
e luta!
Luta para vencer
a dura peleja.

Na decisão,
reside a dor
e a vida do poeta.

18.7.10

Citação de Jorge Luís Borges


“O termo final de uma demonstração teológica ou metafísica – o mundo externo, Deus, a causalidade, as formas universais – não é menos anterior e comum que meu divulgado romance. A única diferença é que os filósofos publicam em agradáveis volumes as etapas intermediárias de seu trabalho e eu decidi extraviá-las.”

15.7.10

Conjecturas






Ela não sabe,
mas fui seduzido!
Perdi a razão,
olhei em seus vãos
e vi a vida rejuvenescida.

Ela não sabe,
mas me satisfaz
o mero vislumbre
de um tenro corpo
em que exalam hormônios.

Mesmo sem saber
(quem não sabe: ela ou eu?),
o gosto dela está em mim,
corroendo-me, ludibriando-me
na ânsia do querer para ter.

Ela não sabe
que eu sei que ela sabe
que o corpo dourado me apraz!

Mãos acariciam, olhos despem...
Leda imaginação!



Luciano Byron
10/09/1999

Passado Ouropretano




Cismando, o poeta se esvai...
Há um quarto,
vários poemas na parede,
várias lembranças,
vários enredos sem final
(alguns até sem clímax).
Há, saindo dali, uma rua estreita,
há neblina, há umidade:
vida obtusa, caminho incerto.

Num átimo, mulher decomposta,
meretriz espectral:
a musa da gênese poética.

- "Será ela? É verdade? É ilusão?".

A dama se vai,
levada pela cerração.

O dia, a luz, o sol!

Não há vida para o poeta,
não há esperança.

Que volte a dificuldade de enxergar!

Luciano Byron.

Sina




Esse desejo estrangeiro,
essa dor augurada:
o poeta se refaz
a cada frustração!

Sua vida é o canto,
é a ferida purejante,
é o espelho de pandora,
é o inferno de Dante!

Na dança fúnebre,
renegada por todos,
o poeta rodopia,
roda, roda, roda,
escrevendo enredo repetidos.

Luciano Byron

Entrega Letal

(quadro de Salvador Dali)


Subitamente, algo trouxe a vida,
regenerando os tecidos mortos.
Saem: as escaras,
a carne putrefata,
o mórbido olhar,
a ausência de vaidade.

Ressurreto...
Há vida novamente.

O corpo é preparado
para ser objeto de outrem.

Sacrifício? Não há!

O poeta se entrega
a quem o ama cruelmente...

E nesse reviver tão suicida,
terá o poeta razões para cantar.

Luciano Byron
13/11/2009

12.7.10

OS POEMAS (MÁRIO QUINTANA)


Os poemas são pássaros que chegam

não se sabe de onde

e pousamno livro que lês.

Quando fechas o livro,

eles alçam vôocomo de um alçapão.

Eles não têm pouso

nem porto

alimentam-se um instante em cada par de mãos

e partem.

E olhas, então, essas tuas mãos vazias,

no maravilhoso espanto de saberes

que o alimento deles já estava em ti...

9.7.10

Revisitação


Este olhar imaginário
ganha vida,
ganha desejo,
ganha imensa saudade.

Outrora ali, rindo...
Sabias como encantar!

Diferentes, é claro.
Mas não é nas diferenças
que reside a melhor das comunhões?

O tempo não trouxe o esquecimento...

Teu sorriso vivo, imaculado,
quase petrificado,
é a prova de que tu persistirás aqui
(bem dentro de mim!).

Lamentos


Não há inocentes...
Constatação fúnebre.

O poeta lamenta,
o homem incompreende,
mas a realidade é dura mesmo...


Sobreviver é o ideal
num mundo onde o muito ter
supera o preciso ser!

6.7.10

Canção de amor


Gosto de ficar te olhando,
de sussurrar em teu ouvido
a palavra mais doce
e viva para o momento.

Sei que ninguém nisso acreditava,
que jamais nos deram crédito,
que logo, logo distantes ficaríamos.

O que vão dizer agora?
O que vão dizer agora?

Como vão crer no que incredularam?
Como vão crer no que incredularam?

Chorem por nosso riso, então.
Chorem por nosso riso,
que não é falso não!

5.7.10

Aconteceu (Arnaldo Antunes e Marisa Monte)



"Aconteceu
O que aconteceu
Foi melhor assim
Estava por um fio
Estava por um triz
Estava já no fim
Todo mundo via
Que acontecia
Pois aconteceu
Era o que devia
Quando um descaminho
Acha o seu desvio
Tudo se alivia
Foi melhor assim
Quando dei por mim
Já estava aqui e agora".

26.6.10

Vida é pedra


A vida dura
endurece o poeta.

O vento morno de outrora
é vento forte,
é temporal
que mata,
que mata,
que mata o poeta.

Não! Não mata.
Não mata realmente,
mas espiritualmente
(o que é muito pior!).

E no tabuleiro da vida,
não há o que fazer:
a luta prossegue,
o jogo prossegue...

A vitória ainda chegará...

18.6.10

Adeus, mestre


Foram muitos os que te criticaram,
foram muitos os que te caluniaram
(pegaram-te para cristo,
mesmo sendo tu tão ateu!).

Em tuas palavras, há denúncias,
há luz, há vivacidade,
há esperança, há tudo, enfim!

O fim, então, que auguravas,
assim se deu: morte serena,
como desejavas,
sem dor, sem badalação.
Morte apenas!

Sim, ó mestre! Far-me-ás falta.

O Mundo também reconhecerá
a falta que faz um grande mestre,
um nato escritor!

Vá em paz, espelho para os homens.
Vá feliz!
(Vá com Deus! - perdoe-me a audácia).

11.6.10

Relembrando um eterno mestre



Na década de 90, estudei na UFOP. Pouco tempo é verdade, mas o suficiente para conhecer o Dr. em Literatura Prof. Leopoldo Comitti, que agora homenageio abaixo:


Não entravas na sala de aula
sem o enorme copo de café
(hábito que logo adquiri,
por influência tua).
A pouca cabeleira,
o semblante sem sorrisos...

Como esquecer a aula
sobre João Cabral de Melo Neto?
Como esquecer "Ruínas Circulares",
quando me apresentaste a Borges?

Já há mais de uma década não o vejo,
ó mestre eterno, e mesmo assim,
não paras de criticar o que escrevo!

10.6.10


FALSA PULSAÇÃO

As palavras se amontoam,
Em cena surrealista.
Vocábulos bons,
Soam pessimamente horríveis.
O poeta sofre,
O entendimento padece!
A vontade de gritar,
De cantar a verdade,
De pensar irracionalmente...
O poeta geme,
A alma desfalece.
O poeta não quer a falsidade
Dessa vida tão preocupada no TER.
O SER do poeta se eleva,
Clama libertação...
SER! SER! SER! SER!
É o coração que pede.
SER! SER! SER!
É a alma que implora.
SER! SER!
É o poeta que insiste no sonho.
SER!
É a razão que isso não permite....!
É o mundo que impera!

6.6.10



Porque Era Ela, Porque Era Eu
Chico Buarque

"Eu não sabia explicar nós dois
Ela mais eu
Porque eu e ela
Não conhecia poemas
Nem muitas palavras belas
Mas ela foi me levando pela mão
Íamos todos os dois
Assim ao léo
Ríamos, choravamos sem razão
Hoje lembrando-me dela
Me vendo nos olhos dela
Sei que o que tinha de ser se deu
Porque era ela
Porque era eu".

ENIGMA


Esta árvore,
o tronco,
as folhas caídas...

O vegetal tem a sina
do poeta.

Folhas secas, mortas não!
Na relva, tudo se renova.
A morte gera vida
e os vermes riem
da desgraça da árvore.


27.5.10



Guimarães Rosa

27 de maio de 2010


Muitas decisões a ser tomadas... O futuro se apresenta como algo agradável. Será? A alma deseja a inovação, a razão anseia pela estabilidade. O que fazer? Como fazer? Não sei!

Espero que meus passos espelhem sapiência sempre! (amém!)

24.5.10

Robin Hood

Não sou crítico de cinema, mas gostaria de indicar o filme "Robin Hood, que aborda o surgimento da lenda do citado "herói". As imagens bem dinâmicas prendem a atenção do leitor e o colocam, como não poderia deixar de ser, ao lado de Robin, o protagonista.
Há de se salientar ainda a brilhante participação e interpretação de "Russell Crowe", no papel de protagonista.

23.5.10



"A natureza fez o homem feliz e bom, mas a sociedade deprava-o e torna-o miserável".
(Rousseau)

Expectativas Alheias

São cobranças, ingênuas, mas o são!
Se fracassar é condição humana,
por que, então, buscar o êxito?
Se o tudo se equivale ao nada,
para que a procura por melhorias?

São cobranças... São SOMENTE isso...?!

São cobranças: partem de mim,
do outro, do poeta, da família...

São cobranças... Existem...

Cobranças: toneladas de responsabilidade,
carga que se carrega, mesmo sem querer.

21.5.10


Preciso, para (Marina Colasanti)

Preciso que um barco atravesse o mar
lá longe
para sair dessa cadeira
para esquecer esse computador
e ter olhos de sal
boca de peixe
e o vento frio batendo nas escamas.
Preciso que uma proa atravesse a carne
cá dentro
para andar sobre as águas
deitar nas ilhas e
olhar de longe esse prédio
essa sala
essa mulher sentada diante do computador
que bebe a branca luz eletrônica
e pensa no mar.

Sorriso (pródigo?)

O sorriso se foi...
Não há razões para sorrir,
não há motivação...

O sorriso se foi...

"Podem rir de mim, então",
diz o poeta.
"Se a graça se forja na desgraça,
que gargalhem às minhas custas".

Sorriso, por que não voltas logo?

20.5.10




"Em vez de as pessoas ouvirem os escritores em busca de respostas sobre o que somos, precisam ouvir umas às outras, porque nós, autores, não somos mais do que meros trabalhadores das palavras e temos limites como todos".
José Saramago