18.10.17

DIÁRIO DE UM PROFESSOR XIII

Ultimamente, meu tempo ocioso anda ainda mais escasso. Trabalhar em três escolas não é muito fácil. Ministrar 54 aulas por semana é uma saga quase hebraica.
Mesmo assim, gosto do que faço e me sinto bem quando estou em ambiente escolar. A magia da sala de aula, os desafios de estar ali, na frente, sendo ouvido por alguns indivíduos me satisfaz.
Confesso que estou muito mais tranquilo depois que consegui concluir (ufa!) o mestrado na UFG. Foram dois anos muito puxados e de MUUUUUITO estresse. Mas, felizmente, terminei e sou Mestre em Estudos Literários pela UFG.
Como minhas preocupações não terminam, atordoa-me a chegada da prova do ENEM 2017. São tantas as incertezas que acabo contaminando muitos de meus alunos.
Não é fácil e nem quero que seja!
Ser professor é lutar diariamente para vencer tudo e todos.

17/10/2017.

IRMÃOS

Os olhos do outro,
a boca, os trejeitos,
as mãos, os lábios,
a pele, o semblante.

Sempre vejo no outro
aquilo que procuro.

22.6.17

Cicatriz

Tomou-me pelo pé,
possuiu-me sem alarde.
Chegou-se a mim sem bajulação
e logo me subiu pelas pernas.
O destino, lamentei desde o início,
era o coração, onde pouco tempo ficou.
Subiu à cabeça, ao cérebro,
ao centro do meu ser.
Deixou ignorância,
repugnância, não-aceitação.
Plantou a semente da discórdia
e se foi, como se nada acontecesse.

Eu, chateado e triste, fiquei.
Fiquei sem rumo,
perdi o sorriso,
ganhei esse vazio,
essa ânsia de não poder,
essa sensação de fraqueza
diante desse ser que me feriu.