20.5.11

Pêndulo da morte

O corpo raquítico
segura a foice:
paradoxo real.
A força empreendida,
a destreza do peão,
fazem tudo parecer tão fácil.
Uma moita, próxima ao curral,
uma moita a ser vencida.

Grupo de angolas,
cinco ou seis, talvez,
tentam coibir o avanço,
o avanço do homem.

Enxotadas, ficam ao longe:
parecem humanos a espreitar
desgraças irreversíveis!

À direita, à esquerda,
à direita, à esquerda,
à direita, à esquerda...
Rubra cor no capim esverdeado.

Pequenas angolinhas
com suas cabecinhas
para lá e para cá!

Um comentário:

Carol R. disse...

Uau!
O texto transmitiu uma cena forte, com certeza, né... A imagem das angolinhas decapitadas... Enfim, como tudo que vejo e leio, seu poema também me lembrou um filme...

AH!, falando em filme não pude ver ainda aquele no youtube, pois meu computador passa por uma crise... T_T