22.6.17

Cicatriz

Tomou-me pelo pé,
possuiu-me sem alarde.
Chegou-se a mim sem bajulação
e logo me subiu pelas pernas.
O destino, lamentei desde o início,
era o coração, onde pouco tempo ficou.
Subiu à cabeça, ao cérebro,
ao centro do meu ser.
Deixou ignorância,
repugnância, não-aceitação.
Plantou a semente da discórdia
e se foi, como se nada acontecesse.

Eu, chateado e triste, fiquei.
Fiquei sem rumo,
perdi o sorriso,
ganhei esse vazio,
essa ânsia de não poder,
essa sensação de fraqueza
diante desse ser que me feriu.

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