14.11.24

Dissimulação,

falsidade...:

MALDADE!


27.6.24

Vila Rica

 


Percorro tuas ruas tortas, 

teus caminhos sinuosos,

tuas muitas subidas 

e tuas muitas descidas também

(tudo é uma questão de ponto de vista!).


Subitamente, paro...

Um canto parece me convocar...

Seriam as litanias de outras épocas?

Seriam os espectros alphonsianos

a evocar Constancinha?

Paro, olho, nada vejo,

nada mais ouço...


Avisto o Itacolomi...

Tão perto...

Tão longe...

Tão soberano!


No Largo do Rosário, 

paro, olho, tudo vejo:

pedras seculares

(milenares, talvez),

a igreja imponente,

a beleza das construções...


No Ateliê Paulo Valadares, 

sou tomado pela contemplação:

o olhar do pintor

parece me mostrar

uma Vila Rica nova, 

ainda mais bonita!


Paro, olho, contemplo,

perco-me nas telas, 

encontro-me no mundo das imagens.



Junho de 2024.

15.1.24

BALADINHA

Voz vibrante, vivaz.

Beijo bacana demais.

Nos seus fios louros,

estão meus tesouros.


Na tez transpareces

a maciez que me emudece.

No abraço dado, apertado, 

faz-me teu refém, aprisionado.


Na partida, teu torto riso

atordoa-me, perco o siso.

Tens o dom de enganar,

Soubeste muito bem me enfeitiçar.


Luciano Byron 02/01/2016

METÁFORA

 Os olhos passeavam ávidos, 

buscavam um ponto de fixação...

Tateou cabelos, viu sedosidade,

aromas o prenderam (adocicados? acres?).

Continuou sua peregrinação...

Lábios observou: uns ressequidos

(partidos, feridos até!), 

outros umedecidos, brilhosos

(tubos transparentes, uma balinha

e alguns mililitros de algo

podem fazer excepcionalidades!).

Contemplou olhos: na reprodução ótica,

perdeu-se... Viu-se no azul,

mergulhou em âmagos,

navegou oceanos castanhos,

fixou-se, enfim, ao ver nos outros,

ao ver nos outros olhos

a reprodução do seu próprio olhar.


Luciano Byron

Maio/2016.