Dissimulação,
falsidade...:
MALDADE!
Percorro tuas ruas tortas,
teus caminhos sinuosos,
tuas muitas subidas
e tuas muitas descidas também
(tudo é uma questão de ponto de vista!).
Subitamente, paro...
Um canto parece me convocar...
Seriam as litanias de outras épocas?
Seriam os espectros alphonsianos
a evocar Constancinha?
Paro, olho, nada vejo,
nada mais ouço...
Avisto o Itacolomi...
Tão perto...
Tão longe...
Tão soberano!
No Largo do Rosário,
paro, olho, tudo vejo:
pedras seculares
(milenares, talvez),
a igreja imponente,
a beleza das construções...
No Ateliê Paulo Valadares,
sou tomado pela contemplação:
o olhar do pintor
parece me mostrar
uma Vila Rica nova,
ainda mais bonita!
Paro, olho, contemplo,
perco-me nas telas,
encontro-me no mundo das imagens.
Junho de 2024.
Voz vibrante, vivaz.
Beijo bacana demais.
Nos seus fios louros,
estão meus tesouros.
Na tez transpareces
a maciez que me emudece.
No abraço dado, apertado,
faz-me teu refém, aprisionado.
Na partida, teu torto riso
atordoa-me, perco o siso.
Tens o dom de enganar,
Soubeste muito bem me enfeitiçar.
Luciano Byron 02/01/2016
Os olhos passeavam ávidos,
buscavam um ponto de fixação...
Tateou cabelos, viu sedosidade,
aromas o prenderam (adocicados? acres?).
Continuou sua peregrinação...
Lábios observou: uns ressequidos
(partidos, feridos até!),
outros umedecidos, brilhosos
(tubos transparentes, uma balinha
e alguns mililitros de algo
podem fazer excepcionalidades!).
Contemplou olhos: na reprodução ótica,
perdeu-se... Viu-se no azul,
mergulhou em âmagos,
navegou oceanos castanhos,
fixou-se, enfim, ao ver nos outros,
ao ver nos outros olhos
a reprodução do seu próprio olhar.
Luciano Byron
Maio/2016.