18.5.10


A BICICLETA


Mal havia voltado do Ceará para Goiás e logo fui surpreendido pela notícia de que trabalharia como contínuo em uma empresa de xerografia. O emprego não era dos mais agradáveis e prazerosos. Mas numa época em que o pouco dinheiro era uma grande fortuna (para quem nada tinha!), comecei a pedalar a um salário mínimo ao mês. Aliás, raramente eu chegava a receber tal quantia integralmente. Nem bem acabara o mês e eu já pedia parte do pagamento, no que chamávamos de "vale".

Época difícil...

A bicicleta enfrentava intempéries climáticas e me fazia, cada vez mais, apegar-me a ela. Não, ela não tinha vida. Para mim, no entanto, era como se fosse parte do meu cotidiano. Dela, eu tirava o meu sustento; nela eu concatenava sonhos; nela eu aprendi a valorizar ainda mais a vida.

Um comentário:

Carol R. disse...

realmente nos apegamos às "coisas" que nos ajudam quando é elas que nos acompanham todos os dias :)

Ah!, E quero te sugerir esse blog ó:
http://deliriosesuspiros.blogspot.com/

=D