2.11.10

Mundos Paralelos


A casa é a mesma,
é o mesmo alpendre,
é a mesma cor amarelada das paredes,
é a mesma jabuticabeira,
é o mesmo curral
(ainda que abandonado).

No pensamento,
o ontem e o hoje se entrelaçam,
viram imagem duplicada.

Entre a casa de ontem
e a casa de hoje,
encontra-se o poeta.

Nesse nem lá, nem cá,
sofre, chora, rememora.

O poeta não quer o presente,
mas também não quer o pretérito.

Como fazer os dois mundos coexistirem?
Como ligar o não ao sim,
o abstrato ao concreto?

Não há respostas.
Há dois mundos que não se misturam,
que se fundem
(surrealmente).

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