25.12.11

Momento enigmático

Do papel da bala, ainda me lembro bem.

Do beijo dado (não roubado),
da sensação de ineditismo,
do aroma de teu perfume,
da falsa sensação de calma,
ainda me lembro bem.

A pouca luz, o ermo lugar,
o mundo girando em torno do nós,
as poucas palavras pronunciadas,
a percepção de que o impossível
virara possível a nós:
disso ainda me lembro bem.

Lembro-me bem sim de tudo
que nos tomou naquela noite.
Noite eternizada nos arautos do pensar,
noite encarnada de acontecimentos reais,
noite realmente inesquecível.
Inesquecível pelo afeto do momento,
pela consubstanciação do que antes
era apenas um mero sonho ou vontade.
Noite para jamais ser deixada para trás.

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