17.1.12

Diário de um professor

*Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.


17/01/2011

Ontem voltamos ao trabalho. Sinceramente, não sei por que voltamos. Quando se reúnem professores, o negócio fica meio sinistro, cabuloso até (como diriam meus alunos). É uma reclamação por aula, por salário, por mais espaço no grupo... Sinceramente, não sei por que voltamos! Até parece que havia perspectivas de melhorar para nós... Esqueceram-se, os meus colegas, de que uma das máximas deste nosso país é não deixar o povo pensar? Esqueceram-se de que professores bem remunerados desempenham magnificamente bem o seu papel e, por isso, passam a questionar o sistema político instaurado até então?... Justamente por essa razão, continuamos ganhando bem menos do que a maioria dos profissionais graduados.
Mas, deixando de lado tanto lamento (visto que eu já esperava que a cena assim se daria!), um fato muito me incomodou ontem. Um amigo meu, também professor, em roda de conversa , exclamou:
- Enquanto o professor ganhar pouco, não terá respeito social. Qual é o respeito que nós temos fora do colégio? Somos tratados como "coitadinhos". Outro dia, numa fila, um aluno me disse que havia saído muito mal numa prova que fizera e que sua nota só dava para fazer para esses cursos mais fracos, algo como os cursos de licenciatura... Fiquei muito nervoso...
Bom, deixando de lado o que disse meu colega de trabalho, vamos ser realistas. O professor nunca ganhou bem no Brasil. Se ganhou, não foi numa época em que me lembro (parem de me criticar aqueles que estão lendo este diário!). Claro que não se pode ter respeito social uma classe que se autodestrói ou se automutila (o que mais vemos são professores falando mal de outros professores). O ideal seria a união (difícil no caso da classe docente). Mesmo assim, há saídas (eu espero esperançoso!).
Agora é esperar para ver quais os desdobramentos deste ano letivo que se inicia.
Enquanto isso, vou registrando aqui minhas impressões...
Saudações a todos.

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